
“O escritor e pesquisador Fernando Luiz Tokarski (foto), deverá lançar em fevereiro ou março deste ano (2009), o livro que leva o título de: – “O Tamboreiro de Pedras Brancas”, editado e publicado pela Editora da UFSC – A obra é o décimo livro desse autor e a sua segunda no gênero de contos regionalistas.

Aniba e outros Povos, primeira obra do autor, foi vencedora do concurso estadual Virgílio Várzea promovido pela Fundação Catarinense de Cultura

O “Tamboreiro de Pedras Brancas”, é o nome de um dos contos do novo livro e tem como cenário, o reduto de Pedras Brancas, interior de Irineópolis (ex-Valões), hoje uma das mais importantes comunidades do município
. – Antonio Flora, o cidadão que o autor conheceu pessoalmente, encarna a personagem do conto-título. Com o apoio desta coluna, inicialmente o livro está com agendas previstas para lançamentos em Canoinhas, Irineópolis e União da Vitória”.
– OBS: A notícia acima foi publicada dia 27 de fevereiro de 2009 na coluna Curtas & Objetivas, de Lúcio Colombo, no Jornal Correio do Norte.
Contemporâneos na Arte de Escrever
– Minha convivência pessoal e profissional com o Fernando, iniciou na década de 1970, quando o conheci na redação do extinto Jornal Barriga Verde, onde eramos colaboradores. – Eu assinava uma coluna de variedades e o Tokarski com Artigos de Opinião e notícias da comunidade em geral. Em reuniões de pauta com a direção da época, e na edição, correção e diagramação das matérias, que “mateávamos e proseávamos”, sobre política, cultura, economia, histórias e estórias, com os saudosos, Zaiden Emiliano Seleme, Acácio Pereira e o Dr. Haroldo Ferreira. Ali se criaram sólidos laços de amizade, respeito e admiração mútuos.
– Mais tarde, fomos contemporâneos também no Jornal Correio do Norte, e nossos laços profissionais e de amizade se tornaram mais fortes. – Frequentemente nos confraternizavamos em festas de casamentos, festas de formaturas, bailes no Clube Canoinhense, além dos encontros em congressos, seminários, fóruns, entre outras noitadas memoráveis.
– Lembro da época em que trocávamos idéias sobre sonhos de ambos, em criativas tardes literárias, qquando por um período, Fernando fez expediente no Moinho JAP Tokarski (prédio ainda preservado) em Canoinhas. – Ele vinha já de longa data rabiscando os rascunhos das suas futuras obras literárias. Uma delas, que me marcou pessoalmente, e que considero uma das relevantes devido ao tema e o conteúdo caboclo das narrativas impressas no livro “Aniba e Outros Povos”.

A fotografia era uma de suas grandes paixões. Com olhar fotográfico e com rara sensibilidade pelo belo. Registrava com sua câmera analógica (filme), e mais tarde com uma câmera Digital que ganhou de presente da esposa Zeca, paisagens, saltos e cachoeiras, riachos, pessoas, construções antigas, igrejas, capelas, e belíssimos exemplares da fauna e da flora
– Dentre as milhares de imagens que fez ao longo de sua vida, Fernando elegeu as melhores do seu acervo para fazer uma exposição que fez um grande sucesso com o público em geral e com os amantes da fotografia
Episódios de uma rica História
– O currículo do meu amigo é extenso, como todos podem ver nas dezenas de publicações que rolam nas mídias da região e do Estado, sobre a sua trajetória bem sucedida como historiador, professor, jornalista, fotógrafo e com pesquisador que resgatou com maestria e competência, centenas de acontecimentos desde os primórdios dos habitantes originários que povoaram a região do Contestado. – Fernando deixa um legado inestimável para Canoinhas e o Estado de Santa Catarina.
– No período em que fui redator e locutor da extinta Rádio Santa Catarina, hoje Rádio Clube, recebia na minha sala, com certa frequência, a agradável visita do Fernando, Invariavelmente me presenteava com uma revista ou de um livro, de sua autoria ou de outros autores catarinenses.
– Eram nessas ocasiões em que o mate era cevado, antes de iniciarmos as prosas sobre nossas respectivas atividades, matérias, reportagens e foto-jornalismo, abordando os acontecimentos do momento na cidade, entre outros temas repletos de conteúdo enriquecedor para o conhecimento e acervo de ambos.
– Já era recorrente, no final da tarde, dividíamos uma pizza à portuguesa e uma Pilsen Extra da Antarctica, no Bar do Operario (SOB), local onde a conversa se prolongava. O “Fê” como era carinhosamente tratado pela sua esposa, Zeca Carvalho Tokarski, era um parceiro de primeira hora, sempre educado e bem humorado, era uma companhia agradável, de fino trato, mas que não perdia a oportunidade para dar umas boas gargalhadas de episódios inusitados que rolavam na mini “Tertúlia”.
– A morte de Fernando Tokarski causou comoção na sociedade local e para uma legião de amigos e fãs e leitores, espalhados pelo Estado Santa Catarina. – O velório foi realizado na Câmara Municipal desde as 17 horas de segunda-feira, (dia do seu falecimento), até às 11 horas de terça-feira, 18.

– Após as despedidas dos famíliares, amigos e admiradores, na saída do féretro, Fernando foi homenageado por uma guarnição de soldados e oficiais do Corpo de Bombeiros de Canoinhas, que conduziu o corpo do escritor até o Cemitério Municipal, onde foi sepultado por volta das 12 horas.
– A prefeita de Canoinhas, Juliana Maciel, decretou luto oficial de três dias pelo falecimento do escritor, uma das personalidades literárias mais ilustres de Canoinhas e do Estado de Santa Catarina.

Em sessão solene realizada no dia 24 de fevereiro de 2018, a Câmara de Vereadores de Canoinhas concedeu ao escritor e historiador, Fernando Luiz Tokarski, o título de Cidadão Honorário pelos relevantes serviços históricos e culturais e pela sua contribuição para o desenvolvimento da cultura para os canoinhenses
– Era membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e membro-fundador da Academia de Letras Vale do Iguaçu, de União da Vitória (PR).
– Tem experiência na área de História, com ênfase em História de Santa Catarina, atuando principalmente nos seguintes temas: história de canoinhas, guerra do contestado, colonização regional, erva-mate e comunicação.
– Além disso, o escritor era membro da Academia de Letras Brasil – Canoinhas. Fernando deixa obras como Saparilha, Aniba e Outros Povos, Novas Informações da Família Tokarski, Cronografia do Contestado, Dicionário de Regionalismos do Sertão do Contestado e O Tamboreiro de Pedras Brancas, que recebeu o prêmio de melhor livro de contos pela Academia Catarinense de Letras em 2010.
— O historiador tinha como foco de suas pesquisas a História do Contestado, a História da Erva-mate e a formação humana da Região do Contestado, especialmente do município de Canoinhas.
– Fernando Tokarski era licenciado e especialista em História, além de licenciado em Comércio e especialista em Metodologia do Ensino. Durante quase 20 anos foi professor da disciplina de História do Contestado, na Universidade do Contestado (UnC).
– Possui graduação em História pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci (2009) e graduação em Licenciatura em Comércio pela Universidade Federal de Santa Catarina (1983). Tem especialização em Metodologia do Ensino (1993) pela Universidade Federal do Paraná e em Metodologia do Ensino de História (2010) pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci (Uniasselvi). – Era sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e membro-fundador da Academia de Letras Vale do Iguaçu, de União da Vitória (PR).

A maior paixão da vida do escritor, além da sua extensa obra literária, era a sua mulher Zeca Carvalho Tokarski, que o acompanha em todos os eventos. – Aqui, Fernado trajado o seu fardão da Academia de Letras do Brasil – Canoinhas, que ostentava com muito orgulho
Reportagem: Lúcio Colombo – Com informações da Academia de Letras Vale do Iguaçu – Academia de Letras do Brasil – Canoinhas – Acervo e Curriculo Pessoal — Fotos/Divulgação
